sexta-feira, 25 de abril de 2008

À Beira de Um Abismo


Ditar o tom na hora certa...
Dormir de boca aberta...
Sentar à beira de um abismo e dizer:
''Eu estou seguro''
Sentir no vai e vem do dia a dia o sedutor movimento de tuas pernas.
E a cada mordida, desejar que as marcas fossem eternas.

Sentar à beira de um abismo...
Chorar no canto da cama...
Parar derrepente e começar a sorrir...
Quem entende a própria alma?
Vive a tristeza sem se esquecer dos momentos felizes...
Suspira...
Chora...
Mas sempre sorri novamente.

Subir as escadas do céu...
Conter os desejos impuros...
Pensar nos detalhes da festa...
Dizer que a amo cem vezes ao dia...
Perde-la sem antes me encontrar...
Morrer antes de desejar um impulso mais a esse corpo velho e cansado...
Passando os ultimos dias sentado...
Sem atos de heroísmo...
Não morto mas paralisado...
À beira desse grande abismo

José Fernandes de Oliveira Filho (Peixe)


Nenhum comentário: