segunda-feira, 12 de maio de 2008

O meu medo é não sentir mais medo.

Este poema é de um colega poeta chamado Luiz Fernando, me chamou a atençao e, com a permissao do mesmo, resolvi compartilha-lo aqui.


''Para não anestesiar meu medo 
Escrevo.
Sensibilizo-me.
Dou meu endereço.
Ofereço meus versos.
Justifico-me para as flores.
Embriago-me de lírios.
Fotografo o desespero.

Para não anestesiar o meu medo
Alcanço o zênite.
Pinto poesia em gelo.
Perco-me na rua,
Só para mudar o roteiro.
Trajo roupas humildes.
Estudo uma profissão burguesa.
Utilizo uma mídia antiquada.
Penso na velocidade de um e-mail.

Para não anestesiar o meu medo
Tomo paixões como antídoto.
Inverto a noção de estado.
Esfacelo valores pequenos.
Trago a atmosfera no meu peito,
Atravesso as trevas negando o Nazaré
Inocente.
Viajo todo universo
Nas asas do meu pseudônimo.

Para não anestesiar o meu medo
Construo uma peça imaginária,
Onde os atores são eu mesmo.
Derramo meu pranto incomodo.
Satirizo alienados de peso.
Torno vermelho todo sangue azul.
Confecciono um castelo de cartas,
Para presentear meu amor platônico,

Para não anestesiar o meu medo
Assassinei o super-homem
Dentro de mim.
Libertei-me de ser o primeiro.
Aprendi está próximo com
O olhar distante.
Passei a valorizar cada pesadelo,
Como um sonho,
Cada sonho, uma realidade.
Da realidade fiz um medo
Encorajador...
A vida é um papel de parede

Basta.''

Luiz Fernando 



*** Zênite - Ponto mais alto da esfera celeste.













Um comentário:

LFPoeta disse...

Obrigado Peixe,

gostei muito da homenagem.
Os poetas precisam dessa
atenção. Mesmo que seja a
atenção de outros poetas.

Poesia para todos!

Saudações